Vida,
Como a vida pode ser estranha...
Até então eu vivia com meus fantasmas e em um profundo adormecimento, até aquele fatídico dia, veias que eu nem lembrava que lá estavam, voltaram a pulsar e o sangue fervente nelas correrem para logo descobrir que tudo não passava de uma peça pregada pelo destino.
Com o destino não se brinca, e o que tem que ser será inevitavelmente o que encontraremos, eu sabia que estava fadado a conviver com fantasmas, e de tão velhos eles já não me incomodavam tanto, e me acompanhavam como velhos amigos sempre comigo mas já um passo atrás, de forma que só os via perifericamente.
Até aquele fadado dia....
O sopro da vida, a alegria, as duvidas divididas, linhas em branco suplicando duas mãos para juntas escreverem seus destinos....
Sonhos, não meus ou seus, mas nossos, nasciam daquele dia peculiar...
E aquele mar tranquilo que se deixou ser marcado por um instante, belo e revigorante, retribuía por um reflexo num espelho, sonhos.
Mas aquelas horas, dias, meses, que passaram num instante, eram nossa eternidade, e como num piscar de olhos tudo virou lembrança.
Não explico como começou, tampouco não entendo como acabou, naquele fatídico dia nos encontramos e num dia que não tenho acabou.
Meus antigos fantasmas se foram, mas o sangue parou novamente e as veias deixaram de pulsar, e tudo deu lugar para aquele dia, o dia que não existiu, a hora que não aconteceu.
Será que um dia vou entender, será que um dia vou esquecer?
Aquele fatídico dia, duas vezes primeiro, que ainda nem sei porque aguardo para comemorar.
Comemorar aquelas alegrias, aquele friozinho na barriga, aquela cumplicidade...
Não tenho o dia que marque a hora de chorar, no lugar tenho todos os dias a me perguntar o que aconteceu....
Quem era você? Aquela alma que se deixou envolver era tua? ou fui enganado por um capricho, uma brincadeira macabra?
Meus sorrisos lhe escondem e minhas lagrimas lhe chamam num mesmo cenário, numa mesma cena, tudo por trás de um pergunta não respondida, uma duvida cruel.
talvez nunca leia estas linhas, talvez eu seja uma lembrança, ou uma poeira que apenas soprou....
Porém tenho uma certeza, uma promessa, uma profecia...
Um dia, talvez amanhã, no mês que vem, daqui uma década, no tempo longe dos ponteiros e calendários o momento chegará...
E como aquele fatídico dia do nada aconteceu, a fatídica pergunta será finalmente respondida.
Até lá, aceitarei a companhia desses fantasmas que vão onde quer que eu vá, pacientemente.
Convivendo com fantasmas, aprendemos a viver como eles, e que o tempo não os apagam, nem os levam sem que suas origens sejam completamente respondidas.
H.
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